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Mobilidade na cidade

Quando pensamos em mobilidade, a primeira coisa que nos vem à cabeça é a mobilidade física. Dentro de uma cidade, funcionaria como a mobilidade através da rede de transportes, ou o próprio caminhar a pé mesmo. A mobilidade física é o que irá expandir o espaço urbano, fazê-lo crescer. Mas não é só isso que comanda o crescimento deste, mas a mobilidade informacional também, através das redes de comunicação - mídias - e os fluxos financeiros, que funcionam como a "seiva" que alimenta essas cidades.

Com o desenvolvimento da globalização e evolução dos meios tecnológicos, as mídias foram, aos poucos, reconfigurando os espaços urbanos, segundo André Lemos, em "Cidade e mobilidade. Telefones celulares, funções pós-massivas e territórios informacionais". As novas formas sociais da mídia pós-massiva criaram os Territórios Informacionais, onde estes representavam para nós uma nova relação com o espaço, onde os vínculos com este seriam comandados pelas redes telemáticas, tornando esses espaços cada vez mais complexos, chegando a ser chamados de Cibercidades.

Dessa forma, chegou-se a um desafio: a reapropriação dos espaços físicos. Hoje em dia você pode ir para qualquer lugar, estar em qualquer lugar, sem nem ao menos se mover, ou melhor, se movendo através das redes telemáticas, ou até se movendo fisicamente em algum lugar totalmente diferente. Essas Cibercidades envolvem usuários em plena mobilidade, interligando-os, mas dificultando a ocupação dos seus espaços físicos. Então, os Territórios Informacionais agora representam não só mais uma nova relação com o espaço, mas com o tempo também, trazendo a desterritorialização deste.

Certo, mas o que isso tem a ver com o Twitter? Bom, como qualquer rede social, o Twitter representa uma mídia pós-massiva, que se atrela à mídias massivas - por estar contido nas redes telemáticas. Além de ter a aba de "Moments", que funciona como uma aba de notícias, os próprios tweets das pessoas que seguimos funcionam como coberturas ao vivos desses "Moments". Essas coberturas nos fazem assistir, ler, ouvir - dependendo do que esteja contido no tweet - o que está acontecendo em determinado lugar, que você pode ou não estar presente. É como nas premiações, sempre há "cobertura" de tweets, onde você não precisa estar lá, ou nem mesmo assistindo na televisão, só basta acompanhar os tweets.

Já mais recentemente, para o Dia da Mulher, o @TwitterWomen, que é uma iniciativa do Twitter que visa a valorização da liderança feminina na empresa, criou ações para celebrar a força das mulheres, como parte delas: as hashtags #ElaMeInspira, #DiaInternacionalDaMulher, #DiaDaMulher, #MesDaMulher acompanhados por um emoji com a imagem do símbolo que representa o gênero feminino. O objetivo disso é fomentar as discussões em torno desse tema, estimulando as pessoas a contar histórias de mulheres inspiradoras que impactaram sua vida. Assim, formando um Movimento Cibernético, onde a cada vez mais, o Twitter reúne as mulheres, que lutam todos os dias, sendo reconhecidas e promovendo a interligação.

Mas o Movimento não para por aí. No dia 8 de março milhares de mulheres foram às ruas - marchar pela igualdade de direitos, contra a violência machista, pela liberdade sexual e igualdade salarial - muitas encorajadas pelos Movimento Cibernéticos -, trazendo também a reapropriação dos espaços urbanos. Ao mesmo tempo, podia-se acompanhar as marchas, através da cobertura feita pelos tweets de jornalistas e pessoas do mundo todo, fazendo com que quem não pudesse estar presente, estivesse de certa forma.


 COMUNICAÇÃO, TECNOLOGIA E TWITTER 

 

Produto da disciplina Comunicação e Tecnologia, da Faculdade de Comunicação da UFBA, ministrada pelo professor André Lemos, esse blog tem como objetivo identificar a relação entre os conceitos dados na disciplina e a rede social Twitter.

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