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Bem vindo a Salvador

Pense em um meio onde seja possível mandar informações de forma rápida e gratuita, com mensagens curtas que podem ser vistas por todos que tiverem interesse? Não sei você, mas a Transalvador (Superintendência de Trânsito de Salvador) pensou no twitter.

O perfil do órgão na rede social ainda é pouco conhecido dos baianos e tinha pouco menos que nove mil seguidores até a publicação deste post. Os mais de 25 mil tweets alertam sobre o trânsito, com direito a fotos reais do momento.

Esses avisos são possíveis porque a capital baiana possui um local chamado NOA (Núcleo de Operações Assistidas), que reúne as imagens das diversas câmeras espalhadas pela cidade. De lá, os agentes analisam acidentes, zonas de tráfego intenso, vias de trânsito livre, etc.

Agora, pense em um meio de melhorar esse serviço: e se Salvador se transformasse em uma cibercidade?

André Lemos, no texto Cidade e mobilidade, diz que as cibercidades “podem ser definidas como cidades onde as infra-estruturas de comunicação e informação já são uma realidade e as práticas daí advindas formam uma nova urbanidade”. Salvador produz informações em tempo real sobre o trânsito tempo todo, mas a infra-estrutura de comunicação poder ser melhorada.

Em especial, a comunicação entre os próprios serviços da prefeitura. Por exemplo, há um aplicativo chamado CittaMobi que mostra os dados do GPS dos ônibus de Salvador. Juntando essas informações com as do NOA, seria possível indicar aos ônibus para que desviassem da região do Iguatemi na manhã da última quarta-feira (15), por exemplo, quando o twitter da Transalvador informou que uma manifestação contra o governo deixou o trânsito totalmente congestionado.

Indo um pouco mais além, o prefeito ACM Neto anunciou em uma coletiva realizada na quinta-feira (16) que a Codesal (Defesa Civil de Salvador) fará o monitoramento das encostas com sensores inerciais e de ruptura. A iniciativa pretende fazer o monitoramento online em tempo real dos locais de risco, transmitindo esses dados para o Cemadec (Centro de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil). A tecnologia, desenvolvida por uma empresa gaúcha, será aplicada como projeto-piloto na localidade do Bom Juá.

Ainda de acordo com a prefeitura, a capital conta com seis sistemas de alerta e alarme implantadas em áreas de risco, além de mecanismos desenvolvidos para precaver os moradores de áreas próximas a encostas via SMS. Isso é um grande avanço, mas o sistema poderia facilitar ainda mais se avisasse aos hospitais e centro de saúde, por exemplo, que houve uma tragédia e pode haver feridos. Aliado aos outros sistemas, a ambulância saberia qual caminho mais rápido até o local pelos dados do twitter da Transalvador, enquanto os ônibus seriam desviados das vias que ficaram comprometidas com o desabamento.

Como vimos, as informações existem, mas não estão conectadas uma a outra. A junção de sensores que conversam entre si recebe o nome de IOT (Internet Of Things, ou internet das coisas, em português). Pensando um pouco além, é possível colocar os sensores do Citta Mobi também nos carros, para que soubessem onde o trânsito está mais complicado, ou alertar também os parentes dos moradores de áreas de risco sobre a possibilidade de um deles estar ferido.

Ainda de acordo com Lemos, “trata-se então de uma nova forma de mobilidade: a mobilidade por fluxos de informação, por territórios informacionais, que altera e modifica a mobilidade pelos espaços físicos da cidade, como a possibilidade de acesso, produção e circulação de informação em tempo real”.


 COMUNICAÇÃO, TECNOLOGIA E TWITTER 

 

Produto da disciplina Comunicação e Tecnologia, da Faculdade de Comunicação da UFBA, ministrada pelo professor André Lemos, esse blog tem como objetivo identificar a relação entre os conceitos dados na disciplina e a rede social Twitter.

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