Quando um tweet pode matar

Em um dia absolutamente normal, um homem abre sua conta no twitter. Passando pela linha do tempo, um tweet chama a sua atenção. Ao olhar para a imagem, esse homem tem um ataque epilético na mesma hora.

Não, não é uma historia de terror fantasiosa. Isso aconteceu com o jornalista Kurt Eichenwald, que trabalha para a revista Newsweek, em 16 de dezembro de 2016. O assunto voltou a tona no final deste mês, quando a justiça americana resolveu que o conteúdo do tweet deveria ser considerado uma arma mortal.

A mensagem era simples: um gif. Kurt Eichenwald foi, na verdade, vítima de cyberbulling. John Rayne Rivello sabia que o jornalista sofria de epilepsia e que essa doença faz com que um simples contato visual com imagens muito coloridas, que piscam com frequência, ou uma sequência rápida de quadros repetidos, desencadeie perturbações profundas nas células nervosas – o que pode provocar convulsões e desmaios.

Assim, Rivello criou um GIF com imagens coloridas e piscantes além da frase “Você merece ter uma convulsão”, em inglês, e encaminhou para o homem. Além disso, segundo essa reportagem, depois de enviar o GIF, ele enviou outra mensagem pela rede social dizendo “espero que isso faça ele ter uma convulsão” e “vamos ver se ele morre”. Outra mensagem enviada diz “sei que ele tem epilepsia”.

O arquivo sobre o jornalista na página colaborativa wikipedia chegou a ser alterado, colocando a data de recebimento do tweet como o dia de morte de Kurt Eichenwald. O erro já foi consertado e o site agora conta os detalhes do ataque recebido por ele na rede social.

O suspeito fez isso por meio de um conta fake, ou seja, sem usar o seu nome. Apesar disso, a polícia descobriu que Ari Goldstein (@jew_goldstein, conta já suspensa), pertencia a Rivello. Ele foi denunciado a justiça dos Estados Unidos por lesão corporal com posse de arma letal.